10 de setembro de 2014

O outro lado do direito

Você passa 13 anos da sua vida dentro de uma sala de aula aprendendo coisas que nunca quis aprender. Claro que Matemática é apaixonante para alguns, Química e Física também - por incrível que pareça -, mas sabemos que existem aqueles que preferem a boa e velha Educação Física e, às vezes, até a professora, ou professor, é mais interessante do que qualquer aula.
O.K. Chega de enrolação e me diz uma coisa: Tu gosta de ir para a escola? Gosta de estudar? Vai para a aula porque quer ir? Ou são as leis que te pressionam a tomar essa decisão? Afinal, no país onde se fala tanto em liberdade, se você não vai à aula um dia, no outro o Conselho Tutelar está na porta da tua casa pra falar com teus pais, e você vai ter sorte se não forem aplicadas punições a eles, certo?
Sabe aquela aula de português que dura uma eternidade? Sim, eu sei! Seria tão bom se a gente pudesse ir ao banheiro sem precisar voltar para a sala, não é? É, mas não pode, porque a tua liberdade tem limite. E teu futuro tem necessidades. Ou tu achas que alguém vai se tornar o presidente de um país se resolver dormir o dia inteiro e ir para escola apenas pra comer a famosa comida da merendeira?
Daí o engraçadão, que na sala de aula senta na última classe da fila da parede, me responde: “Não vem com essa zica não, brother! Pow, cê tá di sacanagi com eu, é? O tal do Lula feix excola até a 4ª série irmão”.
Se eu não responder esse cara, as pessoas vão me chamar de grosso, e se eu responder do jeito que ele merece vão me chamar de preconceituoso e dizer que eu tenho que respeitar mais as pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que eu.
E cadê a MINHA liberdade?
Quer direito de decidir se vai ou não vai estudar, e ainda falar esse idioma “meio diferente” que ninguém entende, mas não quer dar liberdade para críticas? Então toma um café e acorda para a vida.
Seria muito melhor se todos resolvessem abrir cadernos e livros durante a semana inteira dentro de uma sala de aula lotada de outros garotos e garotas do que seus pais terem dito que isso é importante. Infelizmente, essa não é a situação. Então todos nós temos que nos sentirmos obrigados a fazer algo que não deveria estar na lei para se tornar comum.

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