2 de junho de 2014

Quem entende os jovens?

Eles vão para as ruas, uma, duas ou três vezes. Ou melhor, foram. Faziam cartazes e tiravam fotos, que postavam em todas as redes sociais. Colocavam máscaras de plástico e caminhavam por toda a cidade, passando por pontos estratégicos, importantes e de grande movimento. Tinham inteligência e criatividade suficiente para inventar maneiras de protestar, procurar problemas e cativar aqueles que nunca desenvolveram a ideia de "fazer a diferença". Estes são os "Jovens - Geração 2013/2014". Acham bonito aparecer, mas na hora de fazer a diferença... Restam apenas cadeiras vazias, mas estas não fazem a diferença.
Um movimento jovem deveria ser formado por jovens e não por cadeiras vazias, pois cadeiras não mudam cidades, estados e países. Cadeiras vazias não mudam sociedades nem propõem coisas diferentes. Não fazem festas, muito menos protestos. Sabe para o que as cadeiras servem? Para abrigar, pelo menor tempo possível, jovens inquietos e hiperativos que têm o intuito de revolucionar e melhorar a sociedade em que vivem. Aqueles que parecem indefesos, mas que demonstram compreensão da situação atual quando pensam e falam o que pensam de maneira responsável, mas onde estão eles?
Creio que a maioria esteja dormindo. Justamente aqueles que diziam e postavam "O GIGANTE ACORDOU". Afinal, o gigante acordou para quê? Para correr atrás de mulher/homem, jogar videogames caros, fazer check-in no Foursquare, ir para festas, pensar em diversas formas de maquiagem, ouvir música alta no fone de ouvido ou postar selfies no Instagram? Pelo jeito, é só por isso, pois quando os jovens têm a oportunidade e o espaço de acordar de verdade parece que aumenta a sonolência.
Nas escolas, eles faziam greves e cartazes, e agora? Agora estão na sala de aula conversando com o colega ao lado, enquanto a professora explica o conteúdo. Alguns estão furando a fila da merenda ao mesmo tempo que reclamam da corrupção. Muitos estão nos celulares postando indiretas no twitter, ou reclamando do governo. Quase ninguém está querendo saber como fazer a diferença, e muitos dos que estão pensando nisso, têm a intenção apenas de postar nas redes sociais como são importantes e revolucionários.
Tudo isso resulta em uma parcela pequena de jovens frustrados, que tentam fazer a diferença em um sábado de tarde, mas que não são apoiados, nem levados a sério por grande parte das pessoas.

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