22 de setembro de 2014

A era do chiclete

Não quero parecer exageradamente crítico e muito menos desanimado - no sentindo de estar quase depressivo -, mas hoje em dia as pessoas, principalmente as mais novas, não dão valor a mais nada, e nada mais tem graça. Tudo enjoa muito fácil. Tanto faz se é namoro, piada, música ou roupa para sair. No começo é doce, e só no começo, porque depois é simplesmente deixado de lado ou jogado fora.
E o que eu vou dizer destes queridos jovens? Os mesmos que agem como se tudo fosse qualquer coisa. Sendo que qualquer coisa passou a ser apenas uma expressão - para eles -, sem nenhum exemplo material, físico ou representativo. A verdadeira essência de cada gesto não tem mais valor algum.
Muitos agem como se pessoas fossem como máquinas. Um computador, que depois de uma semana já está ultrapassado e nem uma memória extra pode te fazer optar a continuar com ele; uma televisão, que depois de usada é jogada às traças e substituída por uma maior, em 3D; um vídeo game, que depois do 1, vem o 2, e quando você pensa que acabou, chegam o 3 e o 4 em sequência; ou qualquer outra tecnologia, que em pouco tempo fica ultrapassada, enjoativa e não tem mais graça alguma.
Os desenhos animados que vão durar são os mesmos que já duram há muito tempo e passam de geração em geração. Os desenhos atuais são assistidos porque são novidades, e as novidades deixam de ser legais quando deixam de ser novidades, e então o público pede ansioso por algo novo. É como se todas qualidades da tua nova namorada simplesmente perdessem a graça depois de algumas semanas e então você opta por ficar com uma pessoa com qualidades diferentes, mesmo que em menor quantidade. E dois meses depois enjoa desta também e vai viver a vida de solteiro. O problema é que depois de umas cinco ou seis festas, e de algumas garotas acordando na tua cama protegidas apenas por um lençol branco, você vai enjoar mais uma vez.
É tipo um chiclete. Tu masca e depois joga no lixo ou no chão, torcendo para alguém pisar em cima e ele grudar em um sapato diferente, talvez com uma sola mais dura. No começo, só quer saber do doce sabor, e mesmo que este continue, uma hora tu simplesmente enjoa e joga fora. Se o gosto bom acaba, joga fora do mesmo jeito.
Cuidado! Quando você pensar que conseguiu um chiclete saboroso de tutti-frutti, pode se surpreender com o amargo da menta que se escondeu dentro da embalagem.

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