15 de setembro de 2014

Consciência

Não adianta criar ações para mudar o mundo se não dá para mudar o ser humano. Não adianta doar agasalhos, alimentos, brinquedos e dinheiro para a APAE de sua cidade. Não adianta comprar números de rifa de umas garotinhas fofas do Ensino Fundamental. Não adianta. Ajudar o mendigo que dorme no banco da praça também não serve para nada no final das contas.
Na verdade, naquele momento que fizer esse bom ato - e que, com certeza tem um imenso valor -, você vai se sentir leve e feliz por estar ajudando alguém, mas isso é nada sem a consciência. Sem a consciência do seu vizinho, que joga lixo no chão, fura a fila do banco e tem o número de todas as adolescentes da sua rua, e até daquelas que nem chegaram na adolescência.
Digo, podemos até melhorar e muito nossas cidades com ações legais e bem intencionadas, muitas relacionadas à política. Melhorar saúde, educação, segurança... Porém, o que mais nos aborrece não depende apenas de nós mesmos para ser solucionado. Depende do outro. Não depende apenas de um político. Dependo de um cidadão considerado comum.
O fato de não ter uma concha acústica na minha cidade não me revolta. O que me indigna muito mais do que isso é ver diversos casos de estupro, não apenas na região, mas também em todo o Brasil. E estes não dependem de política para serem extinguidos, e sim, da mentalidade do ser humano. Não depende de ações sociais e do esforço de boas pessoas. E sim, da compreensão do que é certo e o que é errado.
O problema nunca não está em fazer coisas boas. Está no fato de que as coisas ruins são sempre mais fortes. Enquanto um casal do interior abriga crianças de rua em sua casa, outra pessoa qualquer faz mal para crianças que estão nesta situação. E a notícia, o fato diferente e a repercussão fica normalmente com o que atrai mais leitores, os problemas.
No fim das contas, melhorar o mundo é como uma corrida de barco, você pode ter alguns ótimos remadores se esforçando para conseguir o objetivo final, mas isso não vai adiantar de nada se o restante dos remadores não estiverem lutando junto para que no final todos saiam vencedores.

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