Somos criticados a todo tempo. Dizem que somos rebeldes, loucos, mal intencionados, desinteressados, irresponsáveis, etc. Alguns até ousam nos chamar de débeis mentais, e nós temos que aguentar quietos, como se todos fossemos isso mesmo. Tudo isso porque os pais ensinaram que respeitar os mais velhos seria importante no futuro.
Não é novidade pra ninguém que esse início de século é marcado principalmente pelo consumo de drogas lícitas e ilícitas, o consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade e os acidentes fatais de carro ou moto causados pela irresponsabilidade dos motoristas, e, é claro, que nesse grupo de irresponsáveis, nós, adolescentes, somos os mais citados e criticados. Com certeza, essa ideia não é de todo errado, mas com o passar dos anos essas críticas viraram implicância e até um certo tipo de preconceito desorientado.
Ora, será que adolescência é realmente sinônimo de problema?
Acho esse pré-julgamento com adolescentes puro chavão adulto. Há de se concordar que jovens erram demais, mas chegar ao ponto de chamá-los de débeis mentais - situação que eu presenciei em 2013 - é exagero. Mesmo assim, o que me deixa, de certa forma, mais indignado é sentir a desconfiança por trás do olhar de 50 anos de alguém que, como eu, nasceu no século e no milênio passado. Aquele que acha que os jovens trabalhadores e estudantes esforçados são uma exceção chamada "adolescentes anormais". Anormais porquê na teoria antiga o normal da minha geração é aquele que acorda bêbado e com cheiro de cigarro embaixo da ponte em uma segunda-feira e não vai mais trabalhar.
Está errado! O normal é ser como os bons exemplos são. Universitários, corretores, comunicadores, leitores, esforçados, trabalhadores, lutadores - do tipo que luta por um amanhã muito melhor -, corredores e pegadores de ônibus profissionais, que acordam às 5 horas da manhã e vão dormir após a meia noite, exaustos e irritados, mas dispostos a continuar.
Os 15, 17, 19, 25 ou 21 anos são a fase de errar e sentir que errou, ou errar sem perceber. É se corromper a cometer um pequeno erro com a certeza de que ninguém irá ficar sabendo e depois perceber que isso sempre dá errado. Esconder do pai o seu namoradinho da escola ou a primeira bebedeira da maioridade. É fazer tudo isso e um pouco mais de errado, porém, continuar fazendo o que é certo e é muito maior.
Não confunda diversão com loucura. O mesmo adolescente que você vê hoje bebendo um pouco a mais na festa do seu filho, pode ser o mesmo cara que tira 10 em todas as provas na escola. Ele está tentando viver a juventude e, ao mesmo tempo, sem esquecer do seu futuro.
Chega do preconceito. Parem de perder tempo nos chamando de irresponsáveis, loucos ou outras expressões ainda piores e comecem a perceber as nossas conquistas e realizações. Nossas lutas e nossas vitórias. Somos adolescentes sim, e com muito orgulho.
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